Pais tranquilos e despedidas curtas
Na escola, tal como na vida, não há apenas uma primeira vez. Existem várias primeiras vezes, tantas quanto as transições de ciclo, as mudanças de casa, o nascimento de um irmão, a separação dos pais… Em cada mudança, a mesma ansiedade, o medo de falhar, as expetativas.
Quanto mais radicais as mudanças, maior a angústia. Os recém-chegados ao CSA alegram-se com as novidades, embora ainda um pouco desorientados, aprendendo a lidar com rotinas diferentes. Partindo do pressuposto de que a infância é uma etapa decisiva da vida, qual a melhor maneira de iniciar este percurso? Há que começar “com o pé direito!”.
Acreditamos que as crianças que acolhemos todos os anos se devem deparar com um ambiente afetuoso e reconfortante. Primeiro há que estabelecer uma relação de confiança com a criança e com a sua família de modo a que todos se entusiasmem com a ideia de vir para a escola.
As interacções tornam-se mais consistentes ao longo do tempo e “as lágrimas vão secando”. As crianças têm uma enorme vontade de socializar, de estar com outros “iguais a si”, o que também facilita este processo.
No Centro Social de Azurva valorizamos as aprendizagens e experiências que os meninos trazem de casa e da sua vida familiar, por isso, o trabalho com as famílias, neste momento de adaptação, é fundamental. Os pais são chamados a participar e a colaborar ativamente nas atividades das salas, uma vez que o trabalho pedagógico desenvolvido se fundamenta, em grande parte, nas experiências prévias das crianças. Acreditamos ainda que a escola deve ser um lugar onde todas as crianças devem encontrar oportunidades para crescer e se desenvolverem, seja qual for o ponto de partida.
O vínculo que os pais e educadores estabelecem facilita a integração/transição das crianças na escola. Quando uma criança nova chega ao Centro Social de Azurva a sua integração é planeada cuidadosamente. Os pais são convidados a permanecer nas salas com os seus filhos. A criança vai progressivamente alargando o seu tempo de permanência na escola, à medida que também consegue estabelecer um sentimento de segurança com as pessoas com quem se relaciona. Tentamos igualmente evitar ou minimizar a ansiedade dos pais, mantendo um diálogo próximo para que juntos possamos ajudar a criança a superar esta nova fase de vida.
Sobre esta temática partilhamos este artigo publicado no Diário de Notícias.
