quarta , 17 de setembro

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O processo de separação/adaptação à creche

Com o arranque de mais um ano letivo, acolhemos muitos pais e crianças pela primeira vez. Na reunião de acolhimento que temos inicialmente com os novos pais falamos sobre o processo de adaptação do filho à creche.

A partir do momento em que o bebé ou criança pequena é confiado a alguém que não os pais, as interações com este tornam-se mais limitadas. O bebé perde os seus pontos de referência e daí uma certa desorganização, inquietude, se não mesmo angústia ou sofrimento. Durante os primeiros dias de creche ou jardim-de-infância, as crianças exibem um período de protesto, chorando e agarrando-se aos pais. Mas estes sinais acabam por desaparecer com o decorrer do tempo. Estes períodos de protesto da criança podem criar sentimentos de incapacidade por parte do educador e sentimentos de culpa e dúvidas acerca da adequabilidade da creche, por parte dos pais. Obviamente é uma situação incomodativa, tornando-se necessário compreender e fazer compreender que a criança está a reagir a tensões cognitivas-emocionais e não necessariamente ao educador ou à creche em si.

Para que esta fase seja ultrapassada de uma forma mais tranquila, é fundamental o fortalecimento das relações pais-educadores. Por um lado, os educadores deverão dar uma atenção constante ao estado de desenvolvimento e características individuais da criança e dos pais; por outro, os pais terão de assumir uma participação ativa no funcionamento da creche e na educação do seu filho.

O ambiente é determinante na qualidade da rede de relações que proporciona, razão pela qual se organiza o espaço de forma a facilitar a comunicação e a partilha das culturas em presença e a criação de condições para que cada criança e família se sintam bem desde o primeiro encontro.

Logo neste primeiro encontro de acolhimento aos novos pais do Centro Social de Azurva são definidas, em conjunto com a educadora e restante equipa, as estratégias para a integração do bebé. Eis algumas estratégias facilitadoras que praticamos durante este processo:

-antes da integração da criança, proporcionamos uma visita à creche/pré-escolar. Os pais irão conviver antecipadamente com o futuro espaço do seu filho, os objetos, e as cores que o envolverão. Por outro lado, o bebé entrará em relação com o novo ambiente e com pessoas na presença da mãe/pai, mais facilmente será capaz de mobilizar as suas relações de fixação;

-favorecemos a entrada gradual dos bebés para que cada um deles e a sua família possam receber a devida atenção por parte do pessoal no primeiro dia de permanência na creche. Os tempos de permanência da criança na creche são inicialmente mais curtos;

-incentivamos a presença da mãe/pai na creche, durante o tempo necessário, até a criança se sentir segura. A mãe é informada da importância deste procedimento, bem como da atitude que deve assumir de observadora participante, sem interferir na conduta autónoma da criança. A mãe é igualmente convidada a participar nos vários momentos da rotina;

-reforçando a importância do objeto transicional (chupeta, boneco, fralda, peça de vestuário da mãe, manta) que constitui uma fonte segura de conforto e alívio, e tem um papel importante porque permite representar a mãe/pai ausente e dessa forma tolerar a separação.

O processo de adaptação de uma criança ao ambiente de creche requer cuidados especiais e uma atenção individualizada em cada criança e em cada família. Além dos princípios atrás mencionados e que consideramos os procedimentos mais adequados para ultrapassar este período de ansiedade, consideramos que uma comunicação aberta entre equipa e os pais é fundamental para garantir o sucesso e integração da criança ao novo ambiente educacional.

 

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