quarta , 23 de março

À Volta das Plantas

Actividades experimentais na Sala B-Pré-escolar

A finalidade da educação em ciências tem vindo a orientar-se no sentido da construção de uma “literacia científica” que é entendida como a capacidade de alguém que é capaz de exprimir compreensão sobre grandes ideias científicas e utilizar processos de questionamento para tomar decisões informadas sobre o impacto da actividade humana no mundo à sua volta. (OCDE 1999)

De modo a alcançar este propósito, defende-se, cada vez mais, a necessidade de uma educação em ciências desde cedo; contudo, a realização de experiências científicas avulsas não serve os objectivos de uma educação científica de base.

As actividades a realizar pelas crianças deverão, em nosso entender, estar relacionadas com as suas experiências pessoais e as suas noções intuitivas. Os adultos deverão criar situações diversificadas de aprendizagem para exploração de questões que lhes são familiares alargando desta forma a sua compreensão do real.
Foi a partir deste pressuposto teórico que iniciámos o projecto “À volta das Plantas” ainda decorrer na sala B do Pré-escolar.

A Sandra, cuja família tem uma actividade muito vocacionada para a agricultura, um dia de manhã disse: “ Eu fui semear batatas com a minha mãe.” Começou a explicar muito claramente como é que isso era feito, perante a admiração e curiosidade das outras crianças.
No final disse: “ Eu até podia trazer umas sementinhas para vermos como elas crescem… querem?” No dia seguinte, a Sandra trouxe uma variedade de sementes (favas, ervilhas, alho, salsa, nabo…). Numa primeira fase, as crianças observaram-nas, comparando-as segundo as suas características. Colocaram hipóteses sobre de que planta se trataria. Em tempo de Pequenos Grupos, cada criança desenhou as sementes que escolheu e escreveu o seu nome.

“É dura, estas são muito pequeninas.” João
“É uma pevide. Eu já comi pevides!” Pedro
“Esta é o feijão do feijoeiro que é uma plantinha.” Emanuel
“Estas são rectângulas. Não…são mais de forma de papagaio.” João
“O tremoço é redondo. Só se pode comer quando está amarelo.” João

No dia seguinte, também em tempo de Pequenos Grupos, as crianças plantaram as suas sementes e, posteriormente, registaram como fizeram num Mapa de Sementeiras. Mediante observação diária da germinação das sementes, as crianças registaram o dia em que a sua brotou da terra.

Quando algumas plantas começaram a morrer, algumas crianças foram levantando hipóteses:
“Não têm água!” Diogo
“A minha mãe disse que ali elas não estavam bem, porque estão muito perto do aquecedor e elas não gostam do quente.”  Sandra
“Foi do sol!” Emanuel
“As raízes estavam muito grandes e não cabiam.” Sofia
“Eu também concordo! O vaso era pequeno.” Ana Isabel

A partir destas intervenções, foi surgindo a questão “O que é que as plantas necessitam para crescerem saudáveis?” Entre outras experiências realizadas na área da ciência, experimentámos colocar uma planta num local com luz e outra num local escuro.

Este projecto de investigação que tem evoluído ao longo do tempo, permite que as crianças usem o método científico ainda que de uma forma simples: seleccionam os materiais, descrevem o processo experimental, colocam hipóteses, testam-nas e chegam a conclusões. Mais importante do que obter uma resposta, estas actividades experimentais despertam a curiosidade, desenvolvendo a capacidade de raciocínio e atitude crítica das crianças.

À Volta das Plantas
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Anexos:
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